Saturday, November 10, 2007



A condição Humana.
Inumeráveis vezes, caros mortais, os muitos mortais não se dão conta da maravilhosa condição humana que vivem: a de ser tão somente mero mortal e sujeito a todas as fraquezas humanas e perdem muito tempo da vida ocupados com problemas e preocupações, vãs aflições e afins, e esquecem-se, portanto, que só o facto de estarem vivos é o grande favor imerecido e a melhor dádiva que deus lhes pôde ter concedido: A incomparável experiência de ser mero mortal, de estar sujeito às paixões, às dores, às emoções, às sensações e que têm ainda a condição de poder relacionar-se com os outros seres mortais. O facto de interagir com seres semelhantes e igualmente mortais faz dos mortais humanos seres especiais e únicos.
Geralmente os mortais estão dormentes para a noção do que é, na realidade, ser mortal; a experiência de gerar, do nascimento, do crescimento, envelhecimento e o acúmulo de situações e experiências que vão determinando cada ser mortal como um indivíduo. É fantástico, é incrível, estatapafúrdio, melancólico e triste ao mesmo tempo, porque muitos não dão o valor devido a isso.
Será que algum mortal pode imaginar com quantos outros seus semelhantes mortais conviveu e interagiu se ao terminar sua vida fosse feita uma contagem? Não é incrível? É única essa experiência. Não fosse eu imortal e perfeito e o tempo e a eternidade para mim não fosse também simples relógio que unicamente faz o som do tique e taque marcando um compasso infinito de espaço e tempo, eu mesmo anelaria converter-me em reles mortal para viver todas essas sensações.
Não se apague de vossas lembranças, caros mortais, que eu, Zeuxz, fui o grande deus grego, maravilhoso em perfeição...depois surgiu O Outro Fulano e o peso de sua cruz e a carga de suas crenças religiosas deixaram de recair sobre mim... Um Deus omni, e seu Filho, ora Deus eterno e imortal e ora mero mortal morto e ressurrecto, elevadamente mais correctos, livres de borgas, e de orgias, bigamias, e trigamias...enfim, livres de raparigas, de amantes e deusas. O meu orgulho divino de ser-supremo não gostou, mas por um lado, minha divindade até que gostou... largei as preocupações dos mortais e passei a contemplar mais a beleza de minha divindade, coisa que todos os mortais deveriam fazer... amar a si mesmos. Até o mortal Salomão, seguidor do Outro Fulano o disse em um de seus Provérbios: "Se não tens quem te elogie, é bom que te elogies a ti mesmo."
Essa foi a prosa divina para a viração de hoje. Usufruam bem, caros mortais, a prosa de hoje, deixem-se de merdas!

Homo sum: nihil humani a me alienum.
Sou homem: nada do que é humano me é alheio.
Estou convosco... Fikem bem.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Belíssimo texto.


Hoje eu gostaria que você lesse meus dois blogs Mude.


Os textos de ambos têm alguma relação com o que voc~e disse aqui.



Abraços, flores, estrelas..

9:11 AM  

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